sexta-feira, 11 de março de 2011

A dura arte de ser pai separado

Fala-se em mãe solteira, mas pouco se fala de pai separado. Ora, se existe uma mãe solteira, aquela que detém a guarda (judicial ou não) do filho e com ele vive, sem marido, é de se pensar que esse filho tenha um pai. Aí vem o problema: em geral se chama mãe solteira quando esta é deixada por aquele. Então, é como se o pai nada sentisse, como se houvesse abandonado seu (s) filho (s). De fato, este é um caso comum em nossa sociedade, mas não é regra. Há muitos pais que vivem separados de seus filhos (e é assim mesmo que se sentem, separados dos filhos, "nem aí" para a ex!) cujo sofrimento é notório para aqueles que o conhecem de perto. Entendo, pois, como pai separado aquele que não detém a guarda judicial de seu filho e que cumpre suas obrigações financeiras, educacionais e afetivas. Um pai que tem visitas agendadas e as cumpre coerentemente; um pai que passa um fim de semana com os filhos e outro sem; um pai que, em suas receitas, quer more sozinho ou com outra pessoa, sempre prevê e privilegia os gastos mensais que terá com seu filho, mesmo sendo este residente de outra cidade, a quilômetros da sua. É um verdadeiro artista, que entra em cena sempre que precisa fazer algo relevante para ficar ao lado de sua amada criatura. Mas essa é sempre uma tarefa árdua, principalmente quando aperta o bolso, quando se tem que esticar o orçamento já estourado para poder cumprir a obrigação de estar presente e oferecer algo mais ao filho. Cada momento deve ser marcante, único, devido ao fato de não ser cotidiano. É pura arte!

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